– 26 de outubro de 2018 –
Em um texto recente da revista Wired a autora Susan Crawford propõe a plausível hipótese que diversos problemas que estamos vivendo ao lidar com tecnologia vêm do analfabetismo tecnológico daqueles que projetam nosso ambiente regulatório.
Esse analfabetismo se dá por duas vias: a primeira é que aqueles que se formam em cursos relacionados com tecnologia dificilmente são instruídos em analisar o impacto social de suas criações (cursos amplos de ética dentro de universidades de engenharia não são tão comuns); a segunda é que aqueles que realizam cursos voltados ao ambiente regulatório e a análise da sociedade dificilmente são instruídos a compreender o mundo tecnológico que vivemos.
O Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia foi criado como um local onde acadêmicos de diversas áreas pudessem se encontrar e debater problemas a partir de suas visões de forma interdisciplinar, visando criar uma visão transdisciplinar das tecnologias. Porém nunca demos um nome para o que fazemos aqui.
Nesse texto da Wired e mais recentemente em um evento na Harvard Kennedy School, o termo “Public Interest Technology” me foi apresentado como a união da vontade de desenvolver tecnologia e a vontade de trabalhar de forma significativa, contribuindo para a criação de um mundo mais justo e democrático. Penso que esse conceito é um dos valores centrais do CEST desde sua criação.
Autor: Lucas Lago
Este texto resulta do trabalho de apuração
e análise do autor, não refletindo
obrigatoriamente a opinião do CEST